Contas à "martelada" nas autarquias
Câmaras assumem "truque" para empolar receitas nos orçamentos
As autarquias estão a empolar as receitas previstas para conseguirem apresentar Orçamentos equilibrados, assumindo que vão fazer vendas de património que sabem, à partida, serem improváveis. O recurso a este expediente contabilístico foi abertamente assumido à Antena 1 por Macário Correia e Raul Castro, presidentes das Câmaras de Faro e Leiria.
No caso da autarquia algarvia, Macário Correia admite que as receitas inscritas no Orçamento para 2010 são provavelmente o triplo dos 33 milhões de euros que realmente conta arrecadar. O autarca social-democrata diz que o faz porque é obrigado a apresentar Orçamentos equilibrados e honrar dívidas passadas, sendo as receitas reais manifestamente insuficientes para cobrir os custos.
Para que as contas batam certo, Macário Correia admite que empola os números referentes à previsão de receita de venda do património – a variável mais facilmente manipulável. “É um artifício técnico, que não é ilegal, nem de esconder”, frisa, embora admita que o procedimento é pouco transparente.
Jornal de Negócio on-line, 2010-03-02
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